terça-feira, 26 de abril de 2011

Referencial Téorico * O professor e sua prática



Muitos professores que atuam nas escolas não se dão conta da importante
dimensão que tem o seu papel na vida dos alunos. Nesse sentido, um dos aspectos
que se quer ressaltar neste artigo é a importância da formação do professor e da
compreensão que ele deve ter em relação a esse assunto. Pois, não há como
acontecer na escola uma educação adequada às necessidades dos alunos sem
contar com o comprometimento ativo do professor no processo educativo.
Entretanto, ao aproximar-se da figura de alguns professores, percebe-se que
muitos, baseados no senso comum, acreditam que ser professor é apropriar-se de
um conteúdo e apresentá-lo aos alunos em sala de aula.
Mudar essa realidade é necessário para que uma nova relação entre
professores e alunos comece a existir dentro das escolas. Para tanto, é preciso
compreender que a tarefa docente tem um papel social e político insubstituível, e
que no momento atual, embora muitos fatores não contribuam para essa
compreensão, o professor necessita assumir uma postura crítica em relação a sua
atuação recuperando a essência do ser “educador”.
E para o professor entender o real significado de seu trabalho, é necessário
que saiba um pouco mais sobre sua identidade e a história de sua profissão.
Teríamos que conseguir que os outros acreditem no que somos. Um
processo social complicado, lento, de desencontros entre o que somos para
nós e o que somos para fora [...] Somos a imagem social que foi construída
sobre o ofício de mestre, sobre as formas diversas de exercer este ofício.
Sabemos pouco sobre a nossa história (ARROIO, 2000, p.29).
Fazendo uma correlação com esse ponto de vista, não se pode deixar de
destacar e valorizar os fenômenos histórico-sociais presentes na atividade
profissional do professor. Nessa perspectiva, jamais poderá ser compreendido o
trabalho individual do professor desvinculado do seu papel social, dessa forma estarse-ia descaracterizando o sentido e o significado do trabalho docente.
Considerando a emergência de se trabalhar a identidade do professor,
percebe-se uma vasta bibliografia sobre a profissão docente, a qual tem
apresentado muitas ideias e questionamentos, principalmente sobre a formação dos
professores, e, mais especificamente, sobre a formação reflexiva dos professores.
No entanto, percebe-se que ainda não existe um consenso quanto ao significado 4
exato do que seja o professor reflexivo, embora haja muitos estudos e pesquisas
nessa linha teórica.
Segundo Pimenta (2002), faz-se necessário compreender com mais
profundidade o conceito de professor reflexivo, pois o que parece estar ocorrendo é
que o termo tornou-se mais uma expressão da moda, do que uma meta de
transformação propriamente dita.
Para Libâneo, é fundamental perguntar: que tipo de reflexão o professor
precisa para alterar sua prática, pois para ele
A reflexão sobre a prática não resolve tudo, a experiência refletida não
resolve tudo. São necessárias estratégias, procedimentos, modos de fazer,
além de uma sólida cultura geral, que ajudam a melhor realizar o trabalho e
melhorar a capacidade reflexiva sobre o que e como mudar (LIBÂNEO, 2005,
p. 76)
Assim, se percebe que pensar sobre a formação de professores é conceber
que o professor nunca está acabado e que os estudos teóricos e as pesquisas são
fundamentais, no sentido de que é por intermédio desses instrumentos que os
professores terão condições de analisar criticamente os contextos históricos, sociais,
culturais e organizacionais, nos quais ocorrem as atividades docentes, podendo
assim intervir nessa realidade e transformá-la
2.2 O processo de interação e de mediação na relação professor-aluno
Em todo processo de aprendizagem humana, a interação social e a mediação
do outro tem fundamental importância. Na escola, pode-se dizer que a interação
professor-aluno é imprescindível para que ocorra o sucesso no processo ensino
aprendizagem. Por essa razão, justifica-se a existência de tantos trabalhos e
pesquisas na área da educação dentro dessa temática, os quais procuram destacar
a interação social e o papel do professor mediador, como requisitos básicos para
qualquer prática educativa eficiente.
De acordo com as abordagens de Paulo Freire, percebe-se uma vasta
demonstração sobre esse tema e uma forte valorização do diálogo como importante
instrumento na constituição dos sujeitos. No entanto, esse mesmo autor defende a
ideia de que só é possível uma prática educativa dialógica por parte dos
educadores, se estes acreditarem no diálogo como um fenômeno humano capaz de 5
mobilizar o refletir e o agir dos homens e mulheres. E para compreender melhor
essa prática dialógica, Freire acrescenta que
[...], o diálogo é uma exigência existencial. E, se ele é o encontro em que se
solidarizam o refletir e o agir de seus sujeitos endereçados ao mundo a ser
transformado e humanizado, não pode reduzir-se a um ato de depositar
idéias de um sujeito no outro, nem tampouco tornar-se simples troca de
idéias a serem consumidas pelos permutantes. (FREIRE, 2005, p. 91).
Assim, quanto mais o professor compreender a dimensão do diálogo como
postura necessária em suas aulas, maiores avanços estará conquistando em
relação aos alunos, pois desse modo, sentir-se-ão mais curiosos e mobilizados para
transformarem a realidade. Quando o professor atua nessa perspectiva, ele não é
visto como um mero transmissor de conhecimentos, mas como um mediador,
alguém capaz de articular as experiências dos alunos com o mundo, levando-os a
refletir sobre seu entorno, assumindo um papel mais humanizador em sua prática
docente.
Já para Vygotsky, a ideia de interação social e de mediação é ponto central
do processo educativo. Pois para o autor, esses dois elementos estão intimamente
relacionados ao processo de constituição e desenvolvimento dos sujeitos. A atuação
do professor é de suma importância já que ele exerce o papel de mediador da
aprendizagem do aluno. Certamente é muito importante para o aluno a qualidade de
mediação exercida pelo professor, pois desse processo dependerão os avanços e
as conquistas do aluno em relação à aprendizagem na escola.
Organizar uma prática escolar, considerando esses pressupostos, é sem
dúvida, conceber o aluno um sujeito em constante construção e transformação que,
a partir das interações, tornar-se-á capaz de agir e intervir no mundo, conferindo
novos significados para a história dos homens.
Quando se imagina uma escola baseada no processo de interação, não se
está pensando em um lugar onde cada um faz o que quer, mas num espaço de
construção, de valorização e respeito, no qual todos se sintam mobilizados a
pensarem em conjunto.
Na teoria de Vygotsky, é importante perceber que como o aluno se constitui
na relação com o outro, a escola é um local privilegiado em reunir grupos bem
diferenciados a serem trabalhados. Essa realidade acaba contribuindo para que, no
conjunto de tantas vozes, as singularidades de cada aluno sejam respeitadas.6
Portanto, para Vygotsky, a sala de aula é, sem dúvida, um dos espaços mais
oportunos para a construção de ações partilhadas entre os sujeitos. A mediação é,
portanto, um elo que se realiza numa interação constante no processo ensinoaprendizagem. Pode-se dizer também que o ato de educar é nutrido pelas relações
estabelecidas entre professor-aluno.

Referencial Teórico * O professor e sua prática...



Muitos professores que atuam nas escolas não se dão conta da importante
dimensão que tem o seu papel na vida dos alunos. Nesse sentido, um dos aspectos
que se quer ressaltar neste artigo é a importância da formação do professor e da
compreensão que ele deve ter em relação a esse assunto. Pois, não há como
acontecer na escola uma educação adequada às necessidades dos alunos sem
contar com o comprometimento ativo do professor no processo educativo.
Entretanto, ao aproximar-se da figura de alguns professores, percebe-se que
muitos, baseados no senso comum, acreditam que ser professor é apropriar-se de
um conteúdo e apresentá-lo aos alunos em sala de aula.
Mudar essa realidade é necessário para que uma nova relação entre
professores e alunos comece a existir dentro das escolas. Para tanto, é preciso
compreender que a tarefa docente tem um papel social e político insubstituível, e
que no momento atual, embora muitos fatores não contribuam para essa
compreensão, o professor necessita assumir uma postura crítica em relação a sua
atuação recuperando a essência do ser “educador”.
E para o professor entender o real significado de seu trabalho, é necessário
que saiba um pouco mais sobre sua identidade e a história de sua profissão.
Teríamos que conseguir que os outros acreditem no que somos. Um
processo social complicado, lento, de desencontros entre o que somos para
nós e o que somos para fora [...] Somos a imagem social que foi construída
sobre o ofício de mestre, sobre as formas diversas de exercer este ofício.
Sabemos pouco sobre a nossa história (ARROIO, 2000, p.29).
Fazendo uma correlação com esse ponto de vista, não se pode deixar de
destacar e valorizar os fenômenos histórico-sociais presentes na atividade
profissional do professor. Nessa perspectiva, jamais poderá ser compreendido o
trabalho individual do professor desvinculado do seu papel social, dessa forma estarse-ia descaracterizando o sentido e o significado do trabalho docente.
Considerando a emergência de se trabalhar a identidade do professor,
percebe-se uma vasta bibliografia sobre a profissão docente, a qual tem
apresentado muitas ideias e questionamentos, principalmente sobre a formação dos
professores, e, mais especificamente, sobre a formação reflexiva dos professores.
No entanto, percebe-se que ainda não existe um consenso quanto ao significado 4
exato do que seja o professor reflexivo, embora haja muitos estudos e pesquisas
nessa linha teórica.
Segundo Pimenta (2002), faz-se necessário compreender com mais
profundidade o conceito de professor reflexivo, pois o que parece estar ocorrendo é
que o termo tornou-se mais uma expressão da moda, do que uma meta de
transformação propriamente dita.
Para Libâneo, é fundamental perguntar: que tipo de reflexão o professor
precisa para alterar sua prática, pois para ele
A reflexão sobre a prática não resolve tudo, a experiência refletida não
resolve tudo. São necessárias estratégias, procedimentos, modos de fazer,
além de uma sólida cultura geral, que ajudam a melhor realizar o trabalho e
melhorar a capacidade reflexiva sobre o que e como mudar (LIBÂNEO, 2005,
p. 76)
Assim, se percebe que pensar sobre a formação de professores é conceber
que o professor nunca está acabado e que os estudos teóricos e as pesquisas são
fundamentais, no sentido de que é por intermédio desses instrumentos que os
professores terão condições de analisar criticamente os contextos históricos, sociais,
culturais e organizacionais, nos quais ocorrem as atividades docentes, podendo
assim intervir nessa realidade e transformá-la
2.2 O processo de interação e de mediação na relação professor-aluno
Em todo processo de aprendizagem humana, a interação social e a mediação
do outro tem fundamental importância. Na escola, pode-se dizer que a interação
professor-aluno é imprescindível para que ocorra o sucesso no processo ensino
aprendizagem. Por essa razão, justifica-se a existência de tantos trabalhos e
pesquisas na área da educação dentro dessa temática, os quais procuram destacar
a interação social e o papel do professor mediador, como requisitos básicos para
qualquer prática educativa eficiente.
De acordo com as abordagens de Paulo Freire, percebe-se uma vasta
demonstração sobre esse tema e uma forte valorização do diálogo como importante
instrumento na constituição dos sujeitos. No entanto, esse mesmo autor defende a
ideia de que só é possível uma prática educativa dialógica por parte dos
educadores, se estes acreditarem no diálogo como um fenômeno humano capaz de 5
mobilizar o refletir e o agir dos homens e mulheres. E para compreender melhor
essa prática dialógica, Freire acrescenta que
[...], o diálogo é uma exigência existencial. E, se ele é o encontro em que se
solidarizam o refletir e o agir de seus sujeitos endereçados ao mundo a ser
transformado e humanizado, não pode reduzir-se a um ato de depositar
idéias de um sujeito no outro, nem tampouco tornar-se simples troca de
idéias a serem consumidas pelos permutantes. (FREIRE, 2005, p. 91).
Assim, quanto mais o professor compreender a dimensão do diálogo como
postura necessária em suas aulas, maiores avanços estará conquistando em
relação aos alunos, pois desse modo, sentir-se-ão mais curiosos e mobilizados para
transformarem a realidade. Quando o professor atua nessa perspectiva, ele não é
visto como um mero transmissor de conhecimentos, mas como um mediador,
alguém capaz de articular as experiências dos alunos com o mundo, levando-os a
refletir sobre seu entorno, assumindo um papel mais humanizador em sua prática
docente.
Já para Vygotsky, a ideia de interação social e de mediação é ponto central
do processo educativo. Pois para o autor, esses dois elementos estão intimamente
relacionados ao processo de constituição e desenvolvimento dos sujeitos. A atuação
do professor é de suma importância já que ele exerce o papel de mediador da
aprendizagem do aluno. Certamente é muito importante para o aluno a qualidade de
mediação exercida pelo professor, pois desse processo dependerão os avanços e
as conquistas do aluno em relação à aprendizagem na escola.
Organizar uma prática escolar, considerando esses pressupostos, é sem
dúvida, conceber o aluno um sujeito em constante construção e transformação que,
a partir das interações, tornar-se-á capaz de agir e intervir no mundo, conferindo
novos significados para a história dos homens.
Quando se imagina uma escola baseada no processo de interação, não se
está pensando em um lugar onde cada um faz o que quer, mas num espaço de
construção, de valorização e respeito, no qual todos se sintam mobilizados a
pensarem em conjunto.
Na teoria de Vygotsky, é importante perceber que como o aluno se constitui
na relação com o outro, a escola é um local privilegiado em reunir grupos bem
diferenciados a serem trabalhados. Essa realidade acaba contribuindo para que, no
conjunto de tantas vozes, as singularidades de cada al
uno sejam respeit
adas.6
Portanto, para Vygotsky, a sala de aula é, sem dúvida, um dos espaços mais
oportunos para a construção de ações partilhadas entre os sujeitos. A mediação é,
portanto, um elo que se realiza numa interação constante no processo ensinoaprendizagem. Pode-se dizer também que o ato de educar é nutrido pelas relações
estabelecidas entre professor-aluno.

terça-feira, 29 de março de 2011

artigo - Antonio Gois

A escola "daquele tempo"

É muito comum ouvir alguém com mais de 40 anos dizer, com tom nostálgico, que a escola pública "do meu tempo" tinha qualidade, que os professores ensinavam para valer, que os alunos tinham disciplina ou que as escolas particulares eram uma opção apenas para os alunos mais fracos.
Muitas dessas afirmações são verdadeiras, outras exageradas. O fato é que não se pode comparar a escola pública de hoje e a "daquele tempo" sem levar em conta que, no passado, essa escola era para poucos.
Uma pesquisa divulgada nesta semana pelo IBGE (www.ibge.gov.br) dá bem uma noção de como a escola pública era um privilégio de poucos no passado.
Segundo o IBGE, em 1940, o Brasil tinha 3,3 milhões de estudantes no primário, secundário e técnico (equivalentes hoje ao ensino fundamental e médio). O número de brasileiros em idade para estudar em um desses níveis de ensino, no entanto, era muito maior: 15,5 milhões de pessoas de 5 a 19 anos de idade.
Isso significa que os estudantes efetivamente na escola representavam apenas 21% da população em idade escolar. Em 1960, essa porcentagem subiu para 31%, mas continuou muito baixa. Somente em 1998 o país chegou próximo de ter todos os jovens e crianças na escola: 86%.
Para não ficar só nos números, qualquer pessoa pode comparar o elitismo da escola pública no passado comparando fotos. Reparem só como as fotos de escolas públicas do passado apresentam apenas crianças de cor branca, bem vestidas, com uniformes impecáveis.
Hoje, felizmente, a escola pública, pelo menos no ensino fundamental, se massificou. Nela, há pobres, pretos, filhos de analfabetos, enfim, crianças que não encontravam lugar na escola "daquele tempo".
Apesar de não haver estatísticas que possam comprovar essa tese, é bem provável que a escola pública tenha mesmo perdido qualidade. Isso aconteceu quando ela teve que abrir as portas para a população mais pobre. Quando ficou democrática, do ponto de vista do acesso, ela perdeu também em qualidade.
Hoje, o grande desafio é garantir qualidade para todos. Impedir, por exemplo, que as crianças cheguem à quarta série sem saber ler e escrever. E antes que alguém coloque a culpa no sistema de ciclos (onde não há reprovação todo ano), vale dizer que ele existe apenas a partir da década de 90 e representa existe em pouco mais de 10% do total de escolas. Nossas crianças não estão aprendendo, seja em ciclos, seja em sistemas seriados, seja em qualquer outro sistema que tenha sido massificado.
A comparação com o passado é desejável quando se acredita que é possível voltar a ter qualidade na escola pública. É preciso tomar cuidado, no entanto, para não deixar de considerar que estamos comparando duas escolas bem diferentes. Uma que, no passado, atendia aos ricos e outra que, atualmente, atende a todos.
Para resumir, eu simplificaria a questão dizendo que nosso sistema público melhorou muito porque passou a atender a todos, mas falhou ao não conseguir manter para esses novos estudantes a mesma qualidade do ensino que dava aos filhos da elite no passado.

Artigo de Antonio Góis – um máximo !!!!!!!!!

O espaço Pedagógico - estágio (Sesc) III

Cada instituição de ensino possui uma estrutura física que geralmente não é adquirida por decisão dos educadores, porém eles podem intervir no sentido de tornar o ambiente escolar acolhedor através de uma decoração e organização adequada do espaço.
O ambiente escolar deve proporcionar harmonia e funcionalidade, não apenas para os alunos, mas para todos que fazem parte da instituição escolar de forma direta ou indireta. O que acontece é que na maioria das vezes quando se aborda a organização do espaço pedagógico o que vem em mente são as crianças da Educação Infantil, o importante é que, apesar delas necessitarem de um espaço maior, os demais trabalhadores devem se sentir à vontade para exercer suas tarefas de forma qualificada.

Ao iniciar a organização do espaço é importante lembrar que crianças necessitam de espaço que possam chegar, brincar, aprender, comer, realizar as necessidades fisiológicas e até mesmo dormir.
Quanto aos professores, esses necessitam de um espaço onde possam se reunir, trabalhar em equipe, receber visitas de pais, para guardar material e outros.
Ressalta-se que muitas escolas não possuem espaço físico suficiente para preencher as necessidades, nesse caso a imaginação é aspecto fundamental para a organização.
A decoração deve partir do princípio de uma elaboração de propostas realizadas pelos educadores de forma que tenham uma distribuição e organização do espaço que corresponda às reais necessidades.
A estética é importante, porém a prioridade deve ser a sensação de bem-estar, um lugar acolhedor no qual, com o decorrer do ano letivo, realizem modificações de acordo com as necessidades das crianças e do grupo.
O ideal é não esquecer que o ambiente está sendo preparado para crianças e não para adultos, portanto requer bastante cautela no momento das escolhas.

ludicidade (estágio Sesc) II -

1 A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE PARA A CRIANÇA NAS SÉRIES INICIAIS
O brincar é sem dúvida um meio pelo qual os seres humanos, principalmente as
crianças, exploram uma grande variedade de experiências em diferentes situações e com
diversos objetivos. A criança envolve-se com o brincar em vários ambientes: em casa, na rua,
no clube e na escola... Em cada situação o brincar tem um sentido e uma adequação diferente.
Para Moyles (2001. p.181): “Na escola, o brincar pode ser dirigido, livre ou exploratório: o
essencial é que ele faça a criança avançar do ponto em que está no momento em sua
aprendizagem, criando condições para a ampliação e revisão de seus conhecimentos.” Dessa
maneira, o lúdico torna-se essencial no desenvolvimento da criança, pois no brincar não se
aprende somente conteúdos, mas se aprende para a vida.
É por meio da ludicidade que as crianças criam, têm o poder, esquecendo assim o
distanciamento entre elas e os adultos. Assim vão construindo sua inteligência e o próprio
amadurecimento social. É por meio do brincar que a criança exterioriza seus anseios e imita o
mundo dos adultos e através deste comportamento ela consegue aproximar-se do processo de
conscientização sobre a responsabilidade, tanto de sua conduta quanto do seu
desenvolvimento social.
Os recentes estudos têm mostrado que as atividades lúdicas são ferramentas
indispensáveis no desenvolvimento infantil, porque para a criança não há atividade

mais completa do que o brincar. Pela brincadeira, a criança é introduzida no meio
sociocultural do adulto, constituindo-se num modelo de assimilação e recriação da
realidade. (SANTOS, 1999, p.7).
O lúdico é fundamental para a criança em todas as faixas etárias. Na Educação Infantil,
o raciocínio lógico ainda não é suficiente para que ela dê explicações coerentes a respeito de
certas coisas e o poder da fantasia ainda é muito maior que a condição de explicar. Então, pelo
jogo simbólico, a criança exercita não só o aspecto cognitivo, mas também suas habilidades
motoras, já que salta, corre, gira, rola, transporta...Também é através dessas mesmas
brincadeiras que se desenvolve o equilíbrio emocional e a autonomia, elementos fundamentais
para o sucesso das aprendizagens futuras. Segundo Vygotski, Luria e Leontiev (1988. p.130)
“...nos brinquedos no período escolar, as operações e ações da criança são, assim, sempre
reais e sociais, e nelas a criança assimila a realidade humana.”
O brincar ajuda os participantes a desenvolver confiança em si mesmos e em suas
capacidades. As oportunidades de explorar conceitos como liberdade existem implicitamente
em situações lúdicas, levando assim ao desenvolvimento da autonomia. Para isso a criança
precisa estar envolvida no ato de brincar para poder organizar suas idéias e assim, exteriorizar
seus sentimentos mais profundos que permitam colocá-la sempre em desafios e situações que
a façam aprimorar a própria condição do seu aprendizado. Nesse sentido, para Machado
(1994, p. 37): “....o brincar é um grande canal para o aprendizado, senão o único canal para
verdadeiros processos cognitivos.”
É importante salientar que, acima de tudo, o brincar motiva e dá prazer. E é por isso
que ele proporciona um clima especial para a aprendizagem das crianças de todas as faixas
etárias. O brincar na escola estimula uma aprendizagem diferente e interessante. O papel do

professor é de garantir que, no contexto escolar, a aprendizagem seja contínua e inclua fatores
além dos puramente intelectuais: social, o emocional, o físico, o estético, o ético e o moral
devem se combinar com o intelectual para tornar a aprendizagem mais abrangente e
formadora.
Assim o lúdico em situações educacionais, proporciona não só um meio real de
aprendizagem como permite também que adultos perceptivos e competentes aprendam sobre
crianças e suas necessidades. No contexto escolar isso significa professores capazes de
compreender onde as crianças estão em sua aprendizagem e desenvolvimento geral, o que por
sua vez, dá aos educadores um ponto de partida para promover novas aprendizagens nos
domínios cognitivo e afetivo, para a construção de saberes significativos.
O construtivismo enfatiza a importância não somente da criança descobrir as
respostas da sua maneira, mas também de levantar as suas próprias perguntas.
Começar o trabalho partindo das perguntas da própria criança assegura ao professor
o início do processo de aprendizagem construtivista partindo do ponto onde a
criança está, ao invés de começar por onde o professor está. (KAMII e DEVRIES,
1991, P.28).
Também, é inegável a importância dos jogos no ensino. Durante séculos, jogos como o
xadrez ofereceram desafios aos jogadores. Muitos autores afirmam que o jogar está na
essência do brincar. Assim, os problemas também podem ser apresentados às crianças por
meio de jogos. Jogos de estratégia e aventura são abundantes no mundo dos computadores e
ajudam no aprimoramento do raciocínio lógico e na capacidade de resolver problemas.
Interessante seria utilizar jogos no ensino da Matemática e das demais disciplinas, pois a
resolução de problemas associa o intelectual ao prático, vincula habilidades básicas a outras

mais complexas, vincula ensino à aprendizagem – essencialmente ele vincula o brincar ao
trabalhar, facilitando a assimilação de conteúdos aparentemente difíceis e complicados.
As atividades lúdicas também são fundamentais para o desenvolvimento da criatividade.
As pesquisas mostram que as crianças que vivem a fantasia e o brincar de boa qualidade
livremente, são consideradas grandes fantasistas e passam grande tempo imersas em
pensamentos imaginativos. Crianças criativas têm melhor concentração, são geralmente
menos agressivas, contam e escrevem histórias mais originais, interessantes e com
personagens mais complexos e também tendem a gostar mais do que fazem, aprendendo
melhor. Para ser criativa a criança precisa brincar e o brincar precisa ser estimulado com vigor
no ambiente escolar.
Nesse sentido, também é importante considerar o currículo escolar como um todo,
utilizando o brincar como estratégia de ensino e aprendizagem. As crianças brincam tão
naturalmente como comem e dormem e aprendem a partir deste brincar. É necessário lembrar
que elas também aprendem de outras maneiras interessantes e o papel do adulto é assegurar
que as atividades sejam divertidas. “Assim como os professores acham relevante estabelecer
objetivos escritos (por exemplo, completar uma página de somas...), eles devem estar
preparados para dar igual valor no estabelecimento de objetivos no brincar.” (MOYLES,
2001. p. 100 ).
Para atingir melhores resultados é conveniente que também os pais entendam que o
brincar tem direção, progressão e resultados educacionais sólidos, que esta é uma atividade
valiosa corretamente associada à aprendizagem. A escola e sua equipe de professores têm a

incumbência de rever o processo de ensino e aprendizagem frente ao lúdico, passando aos
pais a veracidade do seu propósito de construir, junto a seus filhos, os alicerces que venham
proporcionar benefícios às habilidades sociais e escolares trabalhadas.
Portanto,

Em homenagem a minha eterna preceptora "Hedlamar" a quem me ajudou a entender o não entendido

Frases de Paulo Freire
Paulo Freire - O mentor da Educação...

"Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo.
E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade..

A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.


Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem um certo sonho ou projeto de mundo, devo usar toda possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia, mas participar de práticas com ela coerentes.


Ai daqueles que pararem com sua capacidade de sonhar, de invejar sua coragem de anunciar e denunciar. Ai daqueles que, em lugar de visitar de vez em quando o amanha pelo profundo engajamento com o hoje, com o aqui e o agora, se atrelarem a um passado de exploração e de rotina.


Mudar é dificil mas é possivel!!!


"Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino".
"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes



brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se


a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda."


"As crianças têm uma sensibilidade enorme para perceber que a professora faz exatamente o contrário do que diz".



sou sequidora !!!!!

sexta-feira, 4 de março de 2011

ATIVIDAES PARA CRIANÇAS DE 5 ANOS

PÁTIO ARRUMADINHO

Idade
5 anos.

Tempo
30 minutos, duas vezes por semana, durante o ano todo.

Espaço
Sala de aula e pátio.

Material
Sacos de lixo, cestas e caixas.

Objetivos
Compartilhar a responsabilidade pelos espaços comuns, mover-se com autonomia e preservar o espaço escolar.

Descrição
Convide as crianças a voltar para o pátio depois do recreio. Peça a elas para observarem como ficou o espaço, se há objetos fora do lugar e quais são, se há lixo jogado no chão etc. Volte para a sala e converse com a turma sobre o que foi visto. Discuta com o grupo a possibilidade de criar uma rotina para que o pátio esteja organizado e limpo no final de cada recreio. Proponha às crianças que formem pequenos grupos responsáveis pela manutenção do espaço depois de todos irem embora. Em seguida, a turma recolhe os objetos encontrados e os guarda em uma caixa de achados e perdidos que fica exposta na escola ou passa pelas salas contando o que encontraram e perguntando quem são os donos dos brinquedos perdidos. Nesse momento, eles contam aos colegas das outras salas sobre a preocupação com o espaço externo e aproveitam para compartilhar idéias para mantê-lo organizado e limpo. É importante que este seja um trabalho que se estenda pelo ano todo, pois os valores precisam de tempo para serem interiorizados.

UMA TRILHA DIFERENTE

Idade
5 anos.

Tempo
30 minutos (somente para o jogo).

Espaço
Sala de aula ou pátio.

Material
Cartolina ou papel-cartão colorido e canetas hidrográficas de diversas cores (para a confecção do tabuleiro), dado, materiais diversos para a confecção dos pinos personalizados (massinha, EVA, espuma, cartolina, cortiça etc.), tesoura, cola e fita crepe.

Objetivo
Aprender a elaborar e respeitar regras que façam sentido para todos os integrantes do grupo.

Descrição
Apresente um jogo de trilha que sirva de modelo para as crianças. Discuta com elas que regras o novo jogo terá (por exemplo, em que ocasiões se pode pular duas casas, ficar uma vez sem jogar, voltar ao início, jogar o dado novamente etc.), qual o formato e o tamanho da trilha, as cores E a ordem das de casas, entre outros itens. Peça para todos escolherem de que etapa da construção do jogo participarão: recorte de cartolinas, elaboração das letras e números que integrarão cada casa, colagem dos materiais, construção do próprio pino com o material que desejar. Pronta a trilha e o pino de cada um, combina-se o critério para a ordem dos jogadores na partida, com base também nas sugestões da turma (ordem alfabética, valor do dado etc). O jogo inicia com a primeira criança jogando o dado e seguindo pelo tabuleiro com seu pino até a respectiva casa. A criança seguinte faz o mesmo e assim por diante. Quem chegar em primeiro lugar ao fim da trilha vence a partida.

NOMES EM JOGO

Idade
5 anos.

Tempo
Diariamente

Espaço
Sala de aula

Material
Caça-palavras e Cruzadinha – folhas de caderno, caneta esferográfica e lápis; Forca – giz e quadro; Memória – Pedaços quadrados de papel-cartão com 6 centímetros de lado, caneta hidrográfica preta, lápis de cor ou fotos 3x4 de cada criança.

Objetivo
Ler e a escrever usando os nomes próprios por meio de jogos.

Descrição
Caça-palavras
Em uma folha de caderno, escreva com letra bastão maiúscula os nomes das crianças na horizontal e na vertical. Não vale colocar na diagonal e nem escrevê-las de trás para frente. Preencha os espaços em branco aleatoriamente com outras letras. Faça uma lista com os nomes que as crianças devem achar. Tire cópias suficientes para todos, distribua e peça para descobrirem os nomes no emaranhado de letras.

Cruzadinha
Calcule quantos espaços serão necessários para escrever o nome de um de seus alunos e desenhe em uma folha de caderno, na horizontal, os quadradinhos correspondentes. Por exemplo: para escrever Pedro, serão necessários cinco quadrados. Pense em outra criança que tenha no nome uma letra igual ao da primeira. Por exemplo, Daniela. Desenhe na vertical, a partir da letra “d” de Pedro, seis quadradinhos. Faça o mesmo com outros nomes. Numere cada seqüência no diagrama e, em uma coluna ao lado, indique os números e os nomes que você quer que as crianças escrevam nos quadrinhos. Vale também dar algumas características dos donos dos nomes conhecidas pelo grupo. Tire cópias e distribua.

Forca
Esse jogo deve ser feito coletivamente. Você pensa no nome de alguém da turma e desenha uma linha pontilhada com um número de traços correspondente ao de letras desse nome. Ao lado, desenha uma forca. As crianças chutam quais letras podem compor o nome. Quando acertam, você põe a letra no lugar. Quando erram, você desenha uma parte do corpo de um boneco pendurado na forca. Quando ele estiver completo, significa que a classe perdeu e você ganhou. Quem adivinhar a palavra primeiro vai para o quadro propor um novo desafio.

Memória
Distribua dois cartões em branco para cada criança e peça que ela escreva o próprio nome em ambos. Se houver integrantes da turma que ainda não sabem escrever, dê um modelo para que copiem. Cada um escreve o próprio nome nos dois cartões e desenha um auto-retrato ou cola a própria foto em um dos cartões. Recolha os cartões, divida a classe em grupos e redistribua o material. Cada grupo deve receber os cartões com seus nomes. As crianças embaralham os cartões virados para baixo e escolhem quem inicia a partida. Cada jogador deve, na sua vez, localizar o par. Ganha quem terminar o jogo com mais pares descobertos.
Até mais.